TARDE TRISTE
(Sócrates Di Lima)
Uma tarde triste....
Uma pausa,
O peito resiste,
Mas o olhar vaza....
Um nó no peito,
Não tem jeito,
A saudade escapa.
Uma tarde cinza,
Como meu todo setembro,
todo outubro,
Um olhar agoniza,
Numa tarde de novembro.
Narinas dilatadas,
A cabeça ferve,
A alma encurralada,
O triste aborsorve.
Tarde triste....
Uma canção de amor,
A saudade insiste,
Se derrama em dor.
A vontade de chorar explode,
O peito sacode,
E nada se pode,
Para faze-lo parar.
Vozes ecoam na mente,
Palavras de amor e desejos,
Na boca o gosto do beijo,
Em sal de lágrimas frias.
E a poesia,
O unico alento,
Palavras descompassadas,
Molhadas,
De uma tarde em pensamento.
Uma saudade maluca,
Que chega a doer a nuca,
Suflagrar os olhos em gotas,
Perdidas,
E mim...
De inevitaveis saudades,
Por fim,
Suprimidas,
numa tarde triste,
Que talvez,
Nem se dê conta,
E nem pensa em mim.