Este é um trabalho musical que tem como tríplice missão a Adoração ao Senhor dos senhores, a Edificação do Corpo de Cristo e o Levantamento de Recursos para o efetivo cumprimento dos Trabalhos Missionários da Missão VAI. Todo cristão evangélico que vive no Marajó e adjacências, tem a obrigação de saber o que é a Missão VAI, mas irmãos de outras regiões e amigos que virem a adquirir este CD não têm essa mesma obrigação, por isso, é nosso dever, deixar claro aqui a todos o que é a Missão VAI.
A Missão VAI nasceu em virtude da necessidade de reunificação das nossas Igrejas Cristãs Evangélicas da AICEB existentes no Marajó e adjacências, que viviam isoladas umas das outras, fechadas em si mesmas e enfrentando problemas de toda natureza e, o que é pior, sem poderem contar com a ajuda de quase ninguém, o que fazia com que o crescimento da AICEB na nossa região acontecesse de forma muito lenta.
Diante de um contexto geográfico tão complexo, no que diz respeito à localização, e tendo em vista que na região o acesso de uma localidade a outra se faz muito mais por meio do transporte fluvial, o que e como fazer para que as nossas Igrejas tivessem comunhão umas com as outras, a fim de darem as mãos e crescerem juntas? Como tirá-las da inércia do sono da indolência e acordá-las para o trabalho nos campos que já estão brancos para a ceifa? Diante de interrogações como essas e da falta de Visão e Ações que pudessem suprimi-las, ficou muito clara a ação de Deus nos sonhos e na vontade de realizá-los, de irmãos marajoaras que se levantaram para darem andamento a um Projeto Missionário que resultaria no fortalecimento das nossas Igrejas e na implantação de Campos Missionários que se transformariam em novas Igrejas Cristãs Evangélicas nos mais longínquos recantos da nossa vasta região marajoara.
Mas como tudo aconteceu de fato? Tudo começou quando Deus colocou no coração do irmão Volceler Monteiro dos Santos o sonho de implantar um Projeto Missionário que objetivasse a glorificação do Santo Nome do Senhor através da reunificação das Igrejas Cristãs e da Implantação de novas Igrejas Cristãs no Marajó. Na época, o irmão Volceler Monteiro, sonhador como ele só, era diácono da Igreja Cristã Evangélica em Breves. Por isso, como boa ovelha que era (e é), compartilhou esse sonho com o seu pastor, que também era (e é) outro grande sonhador e, não deu outra, o pastor Nahur Monteiro dos Santos, na época pastor da Igreja Cristã Evangélica em Breves, gostou tanto da ideia que, além de acatá-la, começou logo a fazer um trabalho de sensibilização e conscientização das nossas Igrejas visando à realização do grande projeto. Vale registrar aqui que no dia em que o irmão Volceler Monteiro compartilhou esse sonho com o pastor Nahur Monteiro, ele também entregou logo a sua oferta para o início dos trabalhos. Pode ser que alguém pense que foi uma grande quantia em dinheiro ou bens. Não, não foi. Mas nesse contexto, o que importa, na verdade, é o valor dessa oferta. Querem saber qual foi a quantia ofertada? A quantia ofertada dava para comprar um pão. Assim, o sonho e o pão foram crescendo. O sonho tomou forma de inúmeras ações e o pão, ah! o pão tomou forma de viagens, de comida, de bíblias, de tijolos, enfim, de alimento para muita gente que vivia faminta da Palavra de Deus. Que milagre! O pão se multiplicou e se transformou em Igrejas Cristãs Evangélicas em Curralinho, em Muaná, em Melgaço, em São Miguel do Pracuúba, em Anajás, em Afuá, em Ponta de Pedras e outras mais que ainda virão!
Como dizíamos, depois de todo o trabalho de sensibilização e conscientização das nossas Igrejas visando à realização do grande Projeto Missionário para divulgar o Evangelho de Cristo e implantar Igrejas Cristãs Evangélicas em todo o Marajó, no dia 24 de Abril de 1988, aconteceu a primeira reunião para tratar da implantação da Missão na Região. Essa reunião aconteceu na Congregação Deus Proverá, no Rio Buiuçu, município de Breves – PA. Pouquíssimos Líderes estiveram lá, mas foi dado início à implementação do Projeto Missionário Marajoara. Na ocasião foi eleita a primeira diretoria da Missão composta pelos seguintes irmãos: como Presidente foi eleito o Pr. Amado Raulino de Lima (da ICE em Portel); como Primeira Secretária, a Missionária Abigail Paz Galúcio (da ICE em Breves); como Segundo Secretário, o Pr. Josué da Silva de Lima (da ICE em Breves); e, como Tesoureiro, o Irmão Miguel Ferreira da Costa (da ICE em Portel).
Coordenado pelo Pr. Nahur Monteiro dos Santos, o Projeto Missionário VAI nasceu com as seguintes prioridades: o Fortalecimento das Igrejas Cristãs Evangélicas da Região e a Implantação de Igrejas em cidades onde não havia trabalhos da AICEB. Por conta disso, foram realizadas campanhas em todas as Igrejas Cristãs Evangélicas do Marajó, com o objetivo de fortalecê-las e de alcançar sustento financeiro para a realização do Projeto. Foi um momento de muita luta, pois a visão que nós marajoaras tínhamos de missionários era a daqueles que vinham de outros países, por isso não aceitávamos muito bem a ideia de missionários brasileiros. Não entendíamos ainda que vivemos uma nova fase da Igreja no Brasil, não é mais tempo de esperar alguém vir de longe para fazer missões entre nós, mas é chegado o tempo de os crentes brasileiros cumprirem convictamente o IDE de JESUS CRISTO. Mas, pouco a pouco, fomos entendendo o propósito da nossa missão e abraçando aquele sonho missionário.
Outra questão a ser observada e que vale ressaltar aqui, foi a repercussão que a implantação do Projeto causou em outras instâncias da nossa Denominação. A então Diretoria da Regional Amazônica, da qual éramos afiliados na época, não via com bons olhos o acontecimento e não poucas vezes submeteu os nossos primeiros líderes a duvidosos questionamentos, pois a Diretoria Regional imaginava e temia estar enfrentando um movimento que dividiria a Denominação. Mas, felizmente, depois de muitas explicações, todas as barreiras foram vencidas e, finalmente, livre de todas as dúvidas, o Projeto Missionário para alcançar a Ilha de Marajó se estabeleceu: a Visão, enfim, tornou-se Ação!
Não poderíamos deixar de abrir um parêntese para registrar aqui os irmãos que enfrentaram o desafio de presidir a Missão VAI nesses longos vinte e dois anos. Dentre os quais podemos destacar aqui o Pr. Amado Raulino de Lima, o Pr. Orivaldo Sousa da Silva, o Pr. José Alves de Moraes, o Pr. Francisco Borges Ferreira Marques, o Pr. José Afonso Martins de Moraes, o Pr. Francisco Ribeiro Almeida, o Pr. Fernando dos Santos Oliveira, o Pr. Nildo Costa Pinheiro, o Pr. Osmar Oliveira Alves, o Ir. Jessé da Silva Borges e, atualmente, a Missão VAI é presidida pelo Pr. Paulo Ronaldo Pinheiro Machado. Além disso, não poderíamos também deixar de fazer honrosa menção aos irmãos que enfrentaram o desafio de serem Missionários nos Campos da VAI. Dentre esses irmãos podemos destacar aqui o Pr. Luiz Pinheiro de Pinheiro, Pr. Pedro Gomes Pantoja, o Pr. Nildo Costa Pinheiro, o Pr. Nestor Trindade Chaves, o Pr. Silvestre Antônio Demes de Oliveira, o Pr. Miguel Ferreira da Costa, o Pr. Nivaldo Gê Correa, o Pr. Ronaldo Belém da Silva, o Pr. Fábio Belém da Silva, o Pr. Anacleto Costa Pinheiro, o Pr. Antônio Gaspar Júnior e o Pr. Jair Tavares Ferreira. Fechemos, então, o parêntese e voltemos à nossa história.
Depois de vencidas todas as barreiras, partimos para os campos! Assim foi que nos dias 25, 26 e 27 de Maio de 1991, realizamos a implantação do primeiro campo missionário da Missão VAI, na cidade de Curralinho – PA. No referido evento estavam presentes caravanas de todas as Igrejas Cristãs Evangélicas da nossa região. Fizemos evangelismo na cidade, realizado por várias equipes, e o resultado foi a conversão ao Senhor Jesus Cristo de nove adultos e oito crianças. A Campanha terminou com a posse do Pr. Luiz Pinheiro de Pinheiro que ali ficou trabalhando como obreiro da Missão. Para dar suporte ao trabalho do referido irmão, foi estabelecido um Calendário em que as igrejas dariam assistência àquele trabalho nos finais de semana, com o objetivo de fortalecer o mesmo. Os resultados foram bons, o trabalho foi ganhando estabilidade e no mês de Junho de 1997, o mencionado Campo Missionário se emancipou e se tornou Igreja.
Depois de a primeira experiência ter dado certo, o projeto continuou e a próxima cidade a ser alcançada, no dia 14 de junho de 1996, foi Muaná. Aconteceu que se tornou uma prática nossa na Missão VAI promovermos campanhas de evangelização durante um final de semana na cidade alvo e logo deixarmos um obreiro no novo Campo para dar continuidade ao trabalho, assim, chegou a vez do Pr. Nildo Costa Pinheiro ficar como responsável pela continuidade dos trabalhos missionários na cidade de Muaná e, pela graça de Deus, no dia 24 de Junho de 2005, o segundo Campo Missionário da Missão VAI se emancipou e se tornou Igreja.
Depois de Muaná, no dia 10 de Setembro de 1999, alcançamos a cidade de Melgaço, o mesmo procedimento realizado na implantação dos outros Campos da Missão VAI foi realizado na implantação desse novo Campo e dessa vez o obreiro responsável pela continuidade dos trabalhos foi o Pr. Nestor Trindade Chaves. O trabalho cresceu e continua se fortalecendo para a glória de Deus sob o pastorado do seu segundo obreiro, o Pr. Silvestre Antônio Demes de Oliveira.
Enquanto as nossas atenções estavam voltadas para o Campo Missionário de Melgaço, em dezembro de 2002, o Pr. Pedro Gomes Pantoja iniciou um trabalho no Distrito de São Miguel do Pracuúba, no município de Muaná. Depois de ter feito evangelismo e de ter aberto um Ponto de Pregação o novo Campo, ele pediu apoio à Missão VAI. Assim, na campanha de Janeiro de 2003, o referido Projeto Missionário foi abraçado pela Missão VAI e reconhecido como o seu mais novo Campo Missionário. Nesse Campo já trabalharam os obreiros, Pr. Pedro Gomes, Pr. Ronaldo Belém da Silva, Pr. Orlando Correa Lopes Júnior, Missionário Anacleto Costa Pinheiro e atualmente conta com o trabalho Missionário do Pr. Joel Coelho Pinheiro. Como sempre Deus tem sido fiel no sustento da Sua Obra.
Depois disso, nos dias 10, 11 e 12 de Março de 2006, a próxima cidade a ser alcançada foi Anajás. Devido à distância, a realização desse trabalho foi um grande desafio para a Missão VAI, pois a viagem para chegarmos àquele lugar durou dois dias e uma noite inteira. Porém, como sempre tem acontecido, as nossas Igrejas não se intimidaram, estivemos lá trinta e cinco irmãos pregando a Palavra de Deus e evangelizando as pessoas daquela cidade. Ao final das atividades ali, o jovem pastor Fábio Belém da Silva enfrentou o desafio de dar continuidade ao trabalho missionário naquele lugar, onde continua até a presente data.
Depois de Anajás, nos dias 28 e 29 de Fevereiro e 1º de março de 2008, alcançamos a cidade de Afuá. Foram trinta e uma horas de uma cansativa viagem, porém de recompensadora vitória. Aconteceram quatro decisões na cidade e uma decisão a bordo do Barco Motor Irmãos Araújo, quando realizamos um culto no interior do mesmo durante a viagem e um pescador de peixes se tornou pescador de homens. Dessa vez o escolhido do Senhor para ser o novo missionário da Missão VAI naquele Campo foi o irmão Antônio Gaspar Júnior, que também continua lá até hoje.
Depois de Afuá, finalmente chegamos à cidade de Ponta de Pedras, nos dias 19, 20 e 21 de março de 2010. Lá realizamos uma campanha evangelística que resultou na conversão de uma pessoa que ali está sob o pastorado do mais novo missionário da Missão VAI, o Pr. Jair Tavares Ferreira, e que continua a sua árdua tarefa de levar o Evangelho de Cristo às pessoas daquela cidade. Nunca se esqueçam em vossas orações de pedir ao Senhor da Seara pelo crescimento e pelo sustento espiritual e financeiro de todas essas Igrejas e de todos esses Campos Missionários aqui citados e roguem que Ele disponha sempre trabalhadores que orem, que sustentem e que pastoreiem esses Campos.
Como bem observamos nesse relato, esse Projeto Missionário que se transformou na Missão VAI tem nos dado a grande lição de que somente unidos é que podemos crescer. Ninguém cresce isoladamente e nem tão pouco faz missões sendo um solitário. O trabalho missionário sempre foi, é e será um trabalho solidário. Somente unidos e com a mesma visão é que vamos difundir o Evangelho de Cristo e cumprir a vontade que o Senhor tem para a Sua Igreja, pois na oração sacerdotal o Senhor expressou que a sua vontade é que todos sejam um no Senhor. Isso é a Missão VAI!
Revisão: EZEQUIAS MOREIRA