Ah! Que no livro da minha vida brota flor,
Enraizada nas palavras que me decifrei,
Erguendo-me nas raízes de um amor,
Que, ainda, no ventre materno, criei.
E assim, ergo-me em cerca viva,
Nas trincheiras da minha alma sensitiva,
Crio um escudo em tensão ativa,
Para não deixar entrar força alguma, negativa.
Envolvo meus pensamentos em véus de luzes,
E minhas memórias em aço em fogo,
Levanto em meu portal íngrimes cruzes,
Para que no amor não se despute num jogo.
E quando a tempestade chegar,
Querendo carregar meus sentimentos,
Minha sentinela pode afastar,
E mandar para longe dos maus pensamentos.
Não posso negar que um dia amei,
E nem que, ainda, amo a minha maneira de me ter,
Posso ser insano, disso nunca me cansei,
Mas, do amor sempre me farto, e fartado posso ser.
Se um dia o amor me escapar da mão,
E pelos dedos se deramar em rio,
Não deixarei meu coração um sertão,
Como deserto em fogo e vazio.
Ergo-me sem me dar a chance de chorar em piedade,
Pelos amores que pela minha vida passaram,
Nem me jogar de braços dados com a saudade,
No abismo das tristezas que longe ficaram.
Ergo-me dos risos da solidão,
Me redistrubuo em átomos convergentes,
Multplicando minha emoção,
Nos braços de amores complascentes..
Em nada nesta vida me arrependo,
Nem me abato por amor perdido,
As vezes até me compreendo,
Já tive um coração bandido.
Ergo-me das lágrimas que já derramei,
Lanço-me na gargalhadas que já dei,
Tudo que por amor, nesta vida já passei,
Serviu para aprender que desta vida, nada sei.
E se um dia eu achei que sabia de tudo,
Enganado me pronunciei,
O que imaginava ser eterno sobretudo,
Era apenas lápso temporal que superei.
Ai! Que meu coração nunca se cansa,
De buscar o amor que existe no meu jardim,
E nas loucuras que, ainda, crio e ponho confiança,
Para um novo amor, recriar dentro de mim.
Porquanto, ergo-me em holofotes de alegria,
Sob rojões e baterias de pirotecnias,
Enaltecendo a minha capacidade de amar dia a dia,
E me refletir no espelho das minhas poesias.