Vem de não tão distante,
Vozes suaves em palavras,
Sutil e envolvente,
De veluda mão as lavras.
Vem de não tão longe,
Um bem querer repentino,
Como quem ouve da capela de um Monge,
Vozes em toque de sino.
Foi quando me vi em meditação,
No silêncio da minha alma em transe,
Pus-me em reflexão,
Para que, com o meu Eu meu limite alcance.
Pus-me a refletir sobre o amor,
Minhas considerações sobre a saudade,
Os reflexos da dor,
Na busca da felicidade.
Em tantos momentos efêmeros,
Sorri, sofri, chorei,
Saudades de todos os gëneros,
Sozinho experimentei.
E, porquanto me tenha conscientizado,
Que tudo nesta vida vale a pena,
Quando o amor é abençoado,
E a alma não se faz pequena.
Há quem me tenha como um ser evoluído,
Capaz de todas as ponderações,
Mas, quando em amor sou pussuído,
Faço-me dono das minhas emoções.
E quando o amor toma conta de tudo,
A alma em estado de graça se encanta,
Tudo que parecia absurdo,
É musica para um coração que em amor se agiganta.
Deixo então chegar mais perto,
As vozes em palavras que de nem tão longe vem,
Reabro meu coração por certo,
Sob as luzes da ribalta também.
Então, que venha o amor dessa maneira,
Como um estigma travesso,
Louco e perene numa alma faceira,
Que do meu bem querer, terá apreço.
Eu só quero que seja sincero,
Honesto e fiel,
Um amor que há tanto espero,
E que não me amargue ao fél.
Quem conquista é conquistado,
Quem ama, necessariamente há que ser amado,
E o novo, começa a cada dia que tem chegado,
Vindo de não tão longe, emoções que fazem esquecer o passado.