Poeta, há um perigo no teu olhar,
Há uma loucura na tua boca,
Há um mistério sem revelar,
deixa minha imaginação louca.
Há um bilho rouge carmin,
Na cor do pecado,
E nesse semblante de querubim,
Fico aqui extasiado.
Há então uma juvetude bela,
E um mistério a toda prova,
Que exala de cada janela,
Que o teu olhar o meu olhar renova.
E longe de ti apenas observo,
Sem nada pedir...
Pelos meus pensametos relevo,
O encanto de poder existir.
E se teu olhar mesmo distante,
Com um olhar que jamais olhou,
Vou sentir aqui dentro o prazer de amante,
De um olhar que a primeira vista deixou.
De tudo, ainda, posso me encantar,
No sorriso, um gesto de acarinhar,
Mas, para mim, o mais belo, ainda, posso enxergar,
É a beleza pura do teu terno olhar.