Também em áudio. 

A águia...

 
Tento jogar fora o que fui,
Faço-me metáfora no que sou,
Atribuindo a mim possibilidades
De nova meta, para o que sonho ser...
Metamorfoseio em função do que quero alcançar,
A meta é SER não quero estar para chegar.
Como fosse pássaro em busca de abrigo,
E como aprendiz de águia permito que o externo,
Se transforme mesmo que a ti, eu nem me assemelhe,
Aos afins... voou perto do confim
Do universo que não intento me aproximar.
Rodeio em meio ao meu verso,
E na caminhada da frase vou pintando minhas unhas,
E mesmo em ato brusco ou reverso,
Eu não permito, não impeço que o amor se faça mar!
Já que no fundo todo poeta exercita ser,
Filho, mãe, irmão, mulher, amante ou pai...
Todo poeta é aprendiz de águia,
Já que de dentro dele sai, palavras oblíquas,
Suas metáforas... à fim de metamorfosear a vida!
Constante transformação imprecisa.
E a águia do poeta, se faz livre para voar!
 
Cássia Da Rovare