Despeço-me agora,
Numa confusão de palavras e lembranças...
Palavras que não direi, lembranças que abandonarei.
Antes que o sol se ponha a descansar,
Antes que a noite volte mais uma vez.
Afinal o nosso amor, ou o meu amor, não se fez.
Não se fez completo, nem tampouco repleto de sorrisos e beijos.
Ele não tornou - se...
Tornando-nos cúmplices dos dias e do silêncio da noite.
Tornando-nos presentes em lugares.
Verdes, com mares, que o vento nos cumprimentaria na sua breve passagem.
Se não fui, não fomos.
Logo, não sou e nem somos.
Para que dar- te um trono e sentar- me ao teu lado?
Para que lembrar-te sempre?...
Melhor apagar-te, já que o tempo continua passando
Com todo o seu mistério e magia de fazer e desfazer.
... Não existe um quê.
Despeço-me agora sem palavras de poesia.
Sem estrelas soltas ao vento, mesmo que no meio do dia.