Busco no horizonte um alívio para que cessem os meus cansaços...tateio meu íntimo e percebo tantas esperas que se prolongam nos dias, nos anos que passam entre as sombras do passado neste presente imediato.
Olho pra mim e o que vejo são esferas translúcidas de intermináveis interrogações, no vácuo sempre presente em que nada mais sei de mim.
Fora de mim é um confuso inexato, em que o tempo passa em que se desatam os laços...em que preciso ser o outro, pra ser eu mesma.
E me percebo como o vento que se desgasta, existindo onde me desconheço.
Por horas atravesso desertos, rasgo mares, nessa busca interminável em minhas asas pequenas...se é que ainda as tenho...
Sorrio o mundo e silencio as dores que atravessam o peito - disfarço o medo nestas milhas de terras de gigantes...
Na garganta trago qualquer nó, num corpo só - Sou o que é ninguém - Sou o intervalo entre o que desejo ser e o que os outros me fizeram, ou metade desse intervalo - Começo a conhecer-me. Não existo.
O que viver quer dizer? Não me encontro entre os escombros.
Quem fui não me lembra senão como uma história suspensa.
Caí pela escada abaixo subitamente - e convivo com os ruídos que habitam em mim - talvez um dia, eu descubra o mistério guardado - e não mais viva em tons de cinza...perceba alguma grandeza indecisa...por hora sei que o nada nem sequer é meu, nem sequer sou eu!
E me bastam no momento as lágrimas...
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