Pontifica a relação cordial
Lançando o sorriso de circunstância
Petrificando o amor encalhado no peito
A noite segue o seu caminho inexorável
Rumo ao contínuo prazer de copular
E depois de sujar o corpo e sorrirem satisfeitos
Apenas vestir o preconceito sempre presente
Seguir pela floresta abandonada
Ao som de um baixo eléctrico e melodioso
Aqui jazem os excluídos da sociedade
E depois de avistarem os primeiros raios de luz
Degustarem um pouco mais de cada corpo oferecido
Um grito lancinante que assusta a águia imperial
Algo majestoso que não era preciso interromper
Vibram na insanidade fatal de enganar
E ao contemplar a dor da humilhação
Da doença no coração
Algo impeditivo de provocar felicidade
Os excluídos dançam freneticamente
Sonhando na ignominia de uma insolúvel viagem
Não liguem aos excluídos
Façam de conta que a vossa vida pode ter algo melhor
Envelheçam os sentidos
Recordem as pisadas no caminho tortuoso da vida
Glorifiquem a vontade de desbravar a noção de alegria
Algo que contínuo incessantemente à procura
Alguém que saiba o que é a alegria
Que nunca tive dentro de mim
Não sei o que é
Alguém me explica?
in O MEDO DO DIA SEGUINTE, 2007