De alhos abertos no escuro do quarto, é como se o visse deitado ao seu lado na cama.
Parece ouvir seu roncar suave, constante.
Ainda sente impregnado nos lençóis, nas fronhas, nos travesseiros o perfume, o cheiro inconfundível do seu corpo.
Por momentos chega a sentir o sabor gostoso que só ele tinha.
Passa as mãos sobre o colchão delicadamente como fosse dele a pele.
Suas mãos pulsam como as batidas do coração. Abraçasse, enrolasse em seus próprios abraços, procurando sentir o mesmo calor do abraço dele.
Se pudesse não acordar.
Se a falta dele fosse apenas um sonho.
Nunca o quarto pareceu tão grande. O silêncio tão sufocante.