Há um gosto de sonho,
Há em mim a vontade de seguir por um caminho sem atalhos,
Sem meus mapas...
Sem ajuda de cartas, ou quem sabe com a sorte que elas possam me trazer.
Me valho pelos próprios sentidos, talvez o sexto,
Pois creio que em mim ele é forte.
Me invento e reinvento
vela, vento, correnteza e movimento
Há vontade de muito, de tudo!
Me entrego ao mar, cujo vento me exacerba
E sempre leva pra longe o ruim em mim
emoliente pro coração
E o sal, tal um curandeiro, me renova e limpa
Revigora e reitera meu eu.
Incansavelmente procuro,
buscando às vezes em outros o que mais vejo em mim.
Onde quero chegar nem sei,
Mas me convém imaginar um sutil olhar,
me envolver entre o escancaro e o contido
Em um dos caminhos, se esse eu escolher,
Ou se assim for, que seja o que melhor me realizar...