Em um dia sem porquê, sem nada do tempo a esperar; manhã sempre manhã, à tarde o sol a queimar, a noite sem o luar, descobri que existias e comecei a sonhar.
Dia após dia vivi na ilusão de te alcançar, mas o meu sonho foi curto...
Hoje, na minha tristeza infinita , te encontro. Tu que não és, eu que não sou. Não me conheces, não te conheço. Nunca me viste, nunca te olhei. Falaste-me de longe, eu te ouvi à distância. Gritastes bem alto o quanto me querias feliz e eu gravei mais alto o som do teu desejo. Contava-me, sorrindo, o que pensavas, contente eu ficava com o que dizias.
Uma imagem formamos de quem seríamos e a verdade mostrou o que nós somos. Mas, quem se decepcionou?
Hoje é um dia comum, sem porquês a explicar; a tarde foi quente, com o sol sempre a brilhar; a manhã foi só manhã, bonita a despertar.
A noite amiga me ajuda a relembrar como na nossa amizade o ritmo veio a quebrar... Para eu não ficar sozinha, triste a recordar, ela rompeu com o dia e a minha emoção fez brilhar, com a beleza do céu, com o suave azul do luar. Mostrou-me, também, a distância da noite em que comecei a sonhar.
Dalva da Trindade S Oliveira