Olá, querida. Eu sei que você está aí agora...
Sim, exatamente: é com você mesmo que falo. E sei que falo para alguém especial. Muito especial.
Eu sei como você faz, como espera um relaxamento da mulher séria do cotidiano, dentro da qual você vive em segredo, para assumir o controle.
Eu sei dessas tuas lingeries, dos soutiens meia-taça, das calcinhas minúsculas, transparentemente explícitas.
Eu sei que vesti-las, te é um ritual que celebra em silêncio todo o fogo da tua sensualidade.
Eu sei que quando ousa, usa aquele fio dental que te penetra, apenas marca simbólicamente o teu desejo de que tuas entradas sejam tomadas.
Eu sei o quanto as palavras não te assustam, o quanto elas te excitam, na poesia crua e sem censura das alcovas.
Eu sei de tudo que se passa no teu imaginário quando na solidão você se despe e busca a cumplicidade do espelho.
Eu sei, que mesmo que você seja comprometida ou casada, o quanto teu corpo te pede por aventuras, o quanto quer se entregar a elas, sem receios, sem censuras.
Mas enquanto você celebra tua volúpia refletida no espelho, não se assuste ao ouvir ruídos no quarto.
Foi você que pediu! Estou apenas atendendo teu chamado me materializando aí.
Tenho tudo planejado.
Para criar um clima de mistério, as luzes se apagarão.
Antes que faça qualquer movimento, ouve passos e a voz que reconhece te sussurra aos ouvidos:
- Cheguei!...
Um abraço por trás, onde sente minha pele também nua, onde uma rigidez se faz sentir contra esse teu delicioso derrière.
Se houve algum susto, logo se desfez. Esse agora é o palco da tua cortesã sem limites, nele você reina. Meneia o corpo, fazendo com que o membro rijo se aninhe melhor, leva minhas mãos a teus seios.
Sabe o quanto me encantam. Faz-me sentir, com uma ponta de orgulho, o eriçar pétreo dos teus biquinhos.
Segura minha mão esquerda no seio, e toma minha direita e a faz descer, até te encontrar onde você está quente, onde teu desejo goteja.
Acrescenta a provocação sem meias palavras, dizendo-me:
- Veja, sinta como tua devassa te quer!...
Acendeu definitivamente meu fogo. Doravante, não há mais retorno.
Ato contínuo, um beijo se dá. Beijo de lábios, línguas, mãos, coxas, sexos ardentes, nos juntando em toda nossa sexualidade .
Beijo que estabelece a densidade e abre o portal para a sessão que se seguirá pelas próximas horas
Prepare-se: não fui até você para retornar sem ter todos meus desejos satisfeitos.
Mas saiba que estou preparado.
Não partirei, sem que tenha satisfeito, um a um, todos os teus...
LOBO
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