Sinto saudade do tempo em que eu sonhava muito. Sonhava acordado, deitava-me com a ambição para dormir sobre verdades indizíveis. Agora, tudo já foi dito e quase nada se transformou. A ambição virou conquista que virou desencanto. E os sonhos... os sonhos perderam meio que o sentido de ser. Não sei mais projetar futuros como outrora. Satisfaço-me por ultrapassar presentes e enterrar passados. Ficou, sim, uma pontinha de esperança, como um galho caído de uma árvore em franca extinção. Transplantei essa muda de vontade de viver para um canteiro que ainda resguardo no coração. Adubei isso com um tanto de fé que deixei estocado para dias difíceis e, agora, todo dia eu rego e cuido, contando que a esperança um dia vingue e frutifique em sonhos novamente. Preciso sonhar! Quero sonhar!