Frágil, sim; covarde, jamais!

Frágil, sim; covarde, jamais!


          Nasci bruto na forma, forte na aparência, duro no caráter... E essencialmente frágil!

          A vida é feita de lutas, de embates e conquistas. Minha fortaleza externa me protegeu dos ataques. Minha fragilidade interna se apavorou nos embates. Fui guerreiro por vocação, mas a armadura que me vestia foi embuste que me escondeu.


          De que vale um herói sem causa? De que valem bravatas sem sonhos? Frágil, sim!  Covarde, jamais! Transmutei o que é frágil em mim em sensibilidade e ternura. Foi-se a máscara! Foi-se a rudeza! Descasquei-me da armadura.


          Hoje, lanço-me às batalhas desprovido de escudos, desarmado de lanças e espadas. Minha imagem de bravura talvez se desmorone e, combalida, desfaleça. Mas a sensibilidade já não me faz frágil. 


          Agora, minha convicção é que a nobreza da ternura me torna invulnerável.

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