Ela é templo, D(ama)
No largo espaço, o universo versa, conclama pela dama do asfalto.
Ela larga a bolsa o salto, montada num cavalo alado, e voa.
O tempo louco, longo, foge dela apressado, entre escombros...ele briga, sapateia e passa longe.
A dama assola, enfrenta, dança fazendo charme pra ele, e ele?
Foge dela...
Ela?
Fica incólume.
O universo ex(clama):
Lá vai ela, lá ela vai, ganhando do tempo, voando espaço (dentro) e vive ao sabor do vento!
A dama ri do momento.
O vento sopra nela, ela é templo escatológico.
A dama já não é donzela, o espaço comeu-a satisfazendo o voraz fogo, numa tragédia grega daquelas.
O cavalo alado apaixonou-se pela dama, tirando-a do asfalto e dormiram juntos, contra o tempo, contra o espaço, sob o universo, ao sabor dos ventos.
"A dama dorme hoje, na nuvem espessa, sobre o lombo do seu homem"
Cassia Da Rovare