Ah, saudade Essa que sinto de ti, De nós, de tudo, Nosso mundo... Dos nossos passeios programados Ao por do sol iluminando a areia, Onde nossos pés caminhavam juntos Passo a passo o mesmo caminho... Nossos sorrisos de céu Voavam livres como passarinho... A nossa frente apenas o infinito. Nosso amor estendia-se Pelas madrugadas onde Teciam-se nossos momentos azuis neon, esverdeados, lívidos... Quando em ti eu encostava-me Numa curva fechada Sonho aberto Por viver no sempre eterno Onde ao teu lado acalentava-me, Nos teus braços de proteção. Lá fora o vento, o mar Sussurravam a volúpia Da nossa branca canção Quando teus beijos, Seda pura me calavam Ternura no ninho Hora de amar... Gemidos que parecem Se perder no tempo de agora. Do amor que não teve hora Nem espaço pra acontecer Apenas fazia-se por si só Sempre tão puro e sereno... Magia, paixão malabarista Nosso amor equilibrista A pular ondas estreladas pelo sol Outrora melodia Sinos angelicais Que tocam na lembrança Viva, presente a toda hora No compasso do meu coração Banhado em tom azul Sideral mistério, imensidão Que fez brilhar teus verdes Reluzindo alvas formas, Flores perfumadas, envolventes Sementes transparentes, Evaporando aromas de nós dois Em asas fluídicas de sentimentos luz Em ebulição meus versos azuis registram sempre meu sonho Vestido de branco Das estrelas virgens glaciais Presas por um fio Caminhando por estreito vão Essa ponte que ainda nos liga No vai e vem das emoções, Nossa cumplicidade Nesta noite Querendo alcançar-te No vazio Lírica solidão Nestes versos de saudade...