Desde o nosso momento primeiro, Aquele único e verdadeiro Com o sol radiante a leste Sensações que não se esquece Apenas no peito adormece Do que aponta o destino Com pretexto de acaso Em querer fazer um sonho O amor cosmicamente celebrado Diante do Shekinah No altar de Ísis, sob o olhar de Hórus.
Foi naquele momento, Que vi tudo ao mesmo tempo E sem ver, te reconheci Com os olhos da alma despertos Ávidos e inquietos Viram toda a tua senda, Todas as almas amadas, Toda lágrima derramada, Tantas foram as despedidas Algumas apenas saídas Do âmago das verdades contidas Porém confusas que às outras Se misturam num coquetel De aromas, cores e sabores...
Vi o teu sorriso em céu aberto E até os escondidos! Vi todos teus sonhos sonhados, Alguns já vividos Outros porém desfeitos. Alguns alinhavados por viver, Dormitam em alvas nuvens. Muitos que não ouso dizer, Pois que nem tudo pode ser dito, Embora que em sonhos habite Os teus sentires inauditos Na dimenção dos meus, eu acredito E os meus sonhos eu pinto Com as cores da certeza Nas entrelinhas alquímicas, Do saber hermético. Pois Juntos, somos uma só semente Lançadas ao mesmo solo, Basta apenas “dar a natureza O espaço adequado para operar!”
Vi também o véu que Cobre a tua doçura, Aquela que teimas esconder Por detrás da armadura Do “Cavaleiro da Rosa” Ainda que prevaleça A magia na dança terna e eterna No ruflar indelével Daquele momento onde Juntos brindamos e consagramos O que já estava escrito E nada mais foi que transcrito, O que para nós já é verdade, Mas que embalas ainda em sonhos De nobres essências, Harpejada pela lua lírica, Numa cantiga doce e leve Pois aceitar o real não te permites Por saber que juntas, nossas almas Ganham imensurável altura.
Ainda que a noite seja escura Entalhada em ébano Pelas mãos alabastrinas do artífice, Algo bem maior nos guia À nossa luz original E não há nada igual, Nem bem maior que o nosso. Por isso sonhar eu também posso... [“Alma da fé tem dessas florescências Mesmo na morte ressuscita e brilha"*]
Esperando assim, teu despertar Na maturação do axioma Por ti já conhecido, No secreto e místico sacrário Entalhado pelo álamo sécular Sob a guarda do templário.
Basta que voltes àquele momento, Que foi infinito no tempo E não mais que um minuto, Total e absoluto, De só quem sabe reconhece: Ao abrir a porta do “castelo” No transbordar do abraço eterno Onde tocamos o eterno intocável, Na taça do amor maior E esse mistério tão meu, Carregado pelo ventre do vento Do saber de ti, Vem de quando deixastes a tua Alma sol Adormecer em meus braços, Alma lua! reverberando Num sonho piramidal e todo Azul!! Foi o TEU QUERER em meu SER... Na busca da Pedra Filosofal, Sonho eterno, Fidelidade Mística Do eterno Buscador...