Amores de perto, amores de longe...
(Prosa poética]
Na hora da lua nascente,
Pediste a bênção da Mãe Maior
Antes de seguir viagem
Para lugares distantes
Do teu rincão amado,
Teu canto e teus encantos.
A cada passo percorrido
Ficavas cada vez mais longe,
Meu abrigo...
Eu te acolhia, lembrava-me
Do teu sorriso, fazendo-te
Poemas de segredos e procuras.
Beijos de saudade voavam, cruzando
os caminhos novos que percorrias.
Viste o mesmo céu e sol,
Luas grandes, natal de luz,
Outras danças de palavras,
Música diferente, flores do sul...
Preso numa gaiola interior.
Eu queria tanto o teu colo
E nele eu me aninhava em sonhos,
Sabes, aquele amor dentro do teu...
Pensava em ti, em outras estradas,
E entre teus amores tão queridos,
Sorrias...
Por dentro, choravas de saudade
Do teu lugar,
Deixavas a chuva cair, bem devagar,
No teu rosto que brilha!
Fazias serestas caladas
No teu pensamento.
Canções de trinta meses em duas
Semanas, passeavam dentro de ti.
Não conseguias quebrar o elo
Com o teu espaço, onde és
Dono, absoluto, único e feliz!
Contavas as horas e minutos,
- Mais um dia!
Irrequieto e livre, como és,
Um menino travesso,
Sonhavas como voar de volta
Pro teu lugar... e dormias,
Calado, cansado...
Olhavas os montes diferentes
Que não eram iguais
Àquele teu, tão sagrado,
Onde achas moedas que espalhas.
Alguns dias de sol, outros de
Chuva forte, abraços de Novo Ano,
... e o tempo andava tão devagar...
Logo voltarias!
Aqui estás, anjo louro, finalmente
Onde desejas ficar ...
Sentes novamente o aroma dos
Lírios do teu lugar...
(Uma viagem - prosa baseada em nomes de poemas meus e imaginação de pensamento)