POEMA VAZIO

Eu sou assim...

A ultima gota do gozo

Que se perde no tempo,

Desnorteada...

Um toque calmo de alento

Aonde se espalmam minhas mãos

Desavisadas...

Uma folha que paira ao vento

Ao léu...no relento

Na beira da estrada...

Um beijo carnudo e desnudo

Raízes de outono...

A pele suada.

O siLencio incontido do sonho,

Um grito da paixão,

Enclausurada...

Um pingo disforme da chuva

Sorvida na terra,

Empoeirada.

Um trago de amor oprimido,

Tingido de vinho

Alma embriagada...

Eu sou assim!

Resquício de rima e verso,

Eu sou o deserto!

Eu sou todo o nada!