MINHA PENA AO MUNDO!

Há em mim um pacato coração de poeta e

Uma pena que sente pena ao escrevinhar o mundo!

Um sentimento esganado pelos laços utópicos do absurdo...

Qual àquelas tres palavras malfadas às confissões fantasiosas do amor,

Sempre ditas ao eco do nada!

Não, eu não me rendo ao ridículo dos versos abertos, que tudo cantam,

Sem nada falarem.

Eu sou desejo trancafiado, qual a pena das letras mudas

E ponto.

Eu não sou palavras prolixas que iludem a ilusão...

Travestidas de poesia...

Prefiro ser o verso amordaçado pelo silêncio resignado

daqueles que sonham...mas de olhos abertos!

Daqueles poucos que ainda se contentam

Com a sazonalidade perene e verdadeira do canto dos pássaros.

Porque a eles eu os entendo...e sei que me despertarão

no meu próximo amanhecer...