CORDA BAMBA
(Sócrates Di Lima)
Como um malabarista,
Vivo dando minhas piruetas na lida.,
Feito sapata, me faço equilibrista
Andando pela corda bamba da vida!
E assim me vejo nos amores que tive,
Foram administrados bem, mas tiveram seu fim.,
Cambaleantes, sem fôlego me mantive,
Nos sonhos eternos de dar o máximo de mim!
Palhaço segui os anos da minha vida,
Num passado remoto cheio de nuances,
Que me arrancaram risada sofrida,
Buscando no hoje minhas novas chances!
E assim, livre sem amarras e sem corrente,
Sou dono da minha própria solidão...
Mas sei que estar sozinho não é permanente,
Um dia me liberto do medo de só razão!
Preciso e quero, voltar as emoções,
De amar como um louco, na minha própria sanidade,
Viver o que vivi fugindo das razões,
Pra viver o prazer de toda insanidade!
E vem de longe esta minha saudade,
De ser o que fui, sem medo se ser feliz.,
Mas hoje, com tanta falta de verdade.,
Tenho medo do amor fraco que causa dor e cicatriz!
Eis então, o meu balanço na corda bamba.,
De um lado para outro num chão distante.,
Querendo sapatear na minha roda de samba.,
Onde minha real parceira, seja mais, que uma amante!