Valdi Rangel
A poeira acumulada
Acomodada nos móveis,
nos livros na estante, no corre mão da escada
mostrando que a passagem do tempo,
ficou no tempo gravada
Tudo está como foi um dia
Não sei se será mais, como foi
Memórias, conversas, objetos,
fotografias num álbum
De milhões de páginas invisíveis
O passado está vivo aqui
Nesse ambiente cansado
Nesse espaço aparentemente desprezado
Envolto em recordações e multi lembranças
Eu estou contido aqui
Sou o espanador que limpa com suavidade nessa poeira do passado,
E que tenta não varrer as lembranças difíceis,
contidas numa caixa de maribondos. A minha missão é apenas resgatar
Nesse meio, as belas recordações.
A poeira empregnada no ambiente,
As teias de aranhas,
as telas cansadas, expostas numa exposição permanente,
o balançar imaginário da rede
na parede desfigurada.
E eu aqui, vivendo tudo agora,
como se fosse ontem...