BERGER
RAINHA IMAGINÁVEL
(Sócrates Di Lima)
Há diante dos meus olhos uma ilusão,
Um trono vazio de corpo físico.,
Mas há uma rainha na minha imaginação,
Sentada no trono metafisico.
A filosofia me transforma
Entre o físico e o esperitual.,
Mas de qualquer forma,
Um e outro é o pensamento (in) natural.
Olho com olhar profundo.,
Vejo então um olhar sereno.,
E meu pensamento vai mais fundo,
Vejo talvez as formas de um corpo moreno!
Fecho os olhos e abro novamente,
Silhuetas em brisa passando.,
Vejo um corpo alvo transcendente.,
Uma mulher loura me fitando.
Um olhar de mar ao longe...
Um sorriso de cantigas passarinhadas,
E nesse silêncio de oráculo de monge.,
Minhas vontades ficam espalhadas...
Vejo talvez um ectoplasma...
Um vulto perdido entre o silêncio e os gritos.,
Um corpo vestido em véu como um fantasma,
Mas nos labios suaves e sonoros gemidos.
Enfim, há no trono o corpo de um ser vivente.,
Que só os olhos da minh`alma podem vê-lo.,
Uma mulher que dele foi dona, e dos sonhos conivente.,
Faz assim, meu coração de tão louco, sê-lo!
É seu este corpo invisivel em sua nudez plena,
Que eu consigo vê-lo com amor eterno, este é o tema.,
Que me faz sentir com alegria ou um triste lema, que pena!
Pois é apenas um corpo descrito neste intrigante poema.
Um corpo cheiroso
esguiu e gostoso
Se assenta harmoniosa
em suas vestes nuas voluptuosa.
E no envolver do corpo fervente
de desejo e bem querer
nada veste o vulcão ardente
espalhando fogo e lavas do seu prazer.
e...E ao abrir dos olhos da saudade
nesta berger que veste você
outra vez o lembrar invade
o fundo da alma que o olhar não vê!