FINAL DE TARDE...

Ah, como eu te procurei,

Sob o crepúsculo frio

Do inverno que passou!

Como eu te desejei...

Para que aquecesses meus pés suados

Descalços e calejados,

- Descobertos naquela cama morta-

De manto inerte... sem estrelas!

Ah, como eu te gritei,

Quando tu já te ias ao horizonte

Ermo...e distante,

Qual num adeus delirante...

A se ofuscar pelo destino

De cores desbotadas...

E no final daquele céu,

Naquela última névoa de sonhos,

-Tu jamais soubeste-

Mas... era eu quem te gritava!

Pois igualmente a ti,

Também se apagava

A centelha do meu último brilho...

E foi assim que te toquei, SOL!

Para que juntos pudéssemos morrer

Rumo a aurora dum outro dia...