O ruflar das asas do negro pássaro se fez sentir, nas folhas que se agitaram levemente, imitando o bailar das brisas das manhãs...
Acontecer místico, de breve eternidade, guardado da vida sob um manto de sombras douradas, herança da luz tênue do entardecer que se fazia e dividia o tempo, entre antes e depois.
O ocaso se aquietava...
A harmonia sinfônica da natureza crescia lentamente, sobrepondo-se ao silêncio.
O olhar atento do pássaro percorria o jardim...
Busca desenfreada das razões, sede de sentimentos, ansiedade, inquietação.
O aroma que esparzia, inebriava a alma.
Misto de atração e loucura, fusão de sentimentos, rompimento das leis, quebra dos tabus.
Amar deixava de ser normal e transcendia, impondo à criação uma história ímpar.
No agigantar do real, o lógico se fragilizava.
No esvoaçar a procura...
Nas pétalas brancas, o encontro...
Fazia-se a magia, nascia a sedução, surgia o encantamento...
Flor e pássaro, quem diria?
Pássaro e flor, eterno momento!