Momentos
Hoje sou o momento de pausa,
Depois do alegro vivaço da partitura,
E do compasso que marcou o andamento de abertura,
Sou o momento de repetir e saltar para o ‘O’,
Depois de uma quebra, numa pauta sem dó!
Sou o momento de revolta,
Numa vida descolorida e torta,
E logo sigo o teu perfume, e fico à tua volta,
Sou o momento do descanso,
E o passo onde rodopio enquanto danço.
Sou hoje o momento que não meço,
E mergulho a amargura em meu berço,
Sou o momento onde finjo não existir,
E largo meu corpo à tempestade,
Numa luta sem tréguas,
A uma melancolia que me invade!
Nenúfar 20/2/2008