(Por Érica Cinara Santos)
No cair da noite aqui deste recanto
Do escuro breu pôs-se ela emergindo
Banhada de magia e nítido encanto
O leito de Iara vai a lua encobrindo
E, partindo o céu, a nossa personagem
Iluminando tudo e todos à sua frente
Em deslumbrante subida-viagem
A lua encantada vai se fazendo presente
Até que numa hora, quando cheia ela estava
E olhava distraída o firmamento
Sua visão estacionou no espelho d”água
E encantou-se com o que viu rio adentro
Quem haveria de ser a tal imagem?
Pensou a lua, ali, no então momento
Tamanho encanto que lhe parecia uma miragem
Deixou a lua a esvair-se em sentimento.
Eis que não mais seu olhar dali partiu
Qual Narciso, fixou-se por sobre a água
Porém, a lua não se apercebeu que era de si
Que ela própria estava enamorada.
OBS.: Uma poesia, quase um conto. Para homenagear o último luar lindo que banhou o meu recanto.