SOLIDÃO
Vou me encolher
me dobrar,
me fazer pequenina
entre meus lençois,
me esconder em cada dobra
na maciez do algodão.
Vou chorar no silêncio
borrado de imagens
que escondem-se
nas paredes nuas do meu quarto.
Aguaceiro
que não engulo,
que desaparece no meu travesseiro
enquanto mastigo as batidas
do relógio.
Não sei onde estão as minhas palavras...
Se calaram.
Se perderam entre as árvores secas
Adormeceram em silêncio
esperando um afago que não veio.
Espero adormecer tambem.