A Qualquer Hora...
Me encontres amanhã.
Na praia, bem cedo.
De manhãzinha...
Te mostrarei as pedras ocas
Que sempre poderão ser preenchidas
De qualquer que seja o teu pensar,
E que mesmo vazias são tão pesadas,
Que nem o mar as pode levar...
Se preferires,
Que me encontres ao meio-dia.
No Centro.
Te contarei dos passos que riscam o asfalto
E incendeiam e esquentam a luz do dia...
Ouviremos palavras soltas dos passantes
Daremos boas risadas,
E com elas faremos poesia...
Poderás também me encontrar ao anoitecer.
Na praça.
Te falarei das tochas que iluminam arandelas
Sempre que se vai o sol.
E me perguntarás: Onde estão todas elas?
E te perguntarei: Não as vês?
Estão nas mentes dos que sonham, direi
Porque hoje só há a luz do farol.
Se vieres mais tarde, porém,
Quando reina o escuro da noite,
Me encontrarás na minha varanda.
Lá respiraremos o ar mais puro
E te revelarei as estrelas que tudo alumiam.
Te pedirei que me abraces porque tremo de frio
Sentirás meu calor, me aconchegarei ainda mais
Me tocarás com ternura...
Me beijarás com doçura...
E desse sonho, te juro, eu não despertarei jamais.
Imagem: Óleo sobre Tela de Leonid Afremov (Editada)
(Se desejar, escute o Áudio do Poema!)