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Deram-me a liberdade, abriram a gaiola…
Eu nem pude acreditar!
Olhei desconfiado e pensei:
-Eu não sei voar.
Acostumado com os limites de espaço,
lembrei-me de todas as vezes que eu tentei fugir
e fui vencido pelo cansaço.
Eu sempre via os meus amigos
fazendo voos rasantes pelo céu, porém, eu só via…
Pássaro de gaiola não voa —
de tão triste, nem canta, só assovia!
Com receio e isolado do mundo, eu pensei:
- A porta está aberta, será uma armadilha?
-Se eu sair, o que irão fazer comigo — eu não sei…
Eu sou pássaro de gaiola,
condicionado a viver uma vida sem horizontes,
sou desconfiado!
Gaiola aberta para mim não quer dizer nada.
As horas são iguais — tanto faz ser dia ou madrugada.
Dá vontade de sair e enfrentar o meu medo,
arriscar a vida (melhor que a triste sina de viver preso).
Porém encolho-me num cantinho,
como quem fica esperando a morte —
desacreditando de tudo,
até da minha própria sorte!
Poesia Registrada na Biblioteca Nacional
Registro: 606038
Livro: "EU VOU ABRAÇAR A VIDA!" E OUTRAS