Amor, perdi o fôlego da vida
que, aos poucos, só encontro no passado.
O quadro na parede está manchado,
agrava a primavera adormecida.
Olho o jardim... cadê a margarida?
As pétalas estão no chão trincado
e, sem te ver, faceio um triste fado.
Represo um mar de lágrima sentida.
Quero de volta a rosa entreaberta,
florindo o novo dia que desperta,
escravo deste tempo tão fugaz.
Setembro ressurgiu, cadê as flores?
Preciso amenizar as minhas dores,
reflorescer no amor, seguir em paz...
Janete Sales Dany
* TRILHA XXXVI - FLORBELA ESPANCA *
Atividade FÓRUM DO SONETO