APELOS DO SILÊNCIO
Alegra-te! Chegou o absoluto silêncio…
Já estou indo ao teu encontro, pois é na ausência total dos ruídos que tu me chamas…
Não é sonho, não é drama, nem imaginação…
A isso chamamos “sintonia”, que une coração a coração!
Na abstenção absoluta e voluntária das palavras, sei quando clamas por mim, assim como sei quando meu
Corpo está febril…
Mas, o calor que aquece minha alma não é febre, não é mal… É você, meu amor, que ainda não dormiu…
Acalma-te: mais um segundo e já estarei contigo…
Chegou o silêncio e trouxe zelos, apelos…e o peso do meu amor sobre ti… estou aqui!
Nosso silêncio poderia dizer muito sobre gemidos, sussurros e ais… Sobre nós!
Ainda bem que o silêncio é nosso cúmplice e não ousa, para o mundo, soltar a voz!..
Mas nos permite, num sussurrar escondido e contido , dizer:
EU…AMO…VOCÊ!…
(Andreia Jacomelli)
SILENCIOSOS GRITOS – soneto
Com os meus gritos de silêncio eu te chamo,
Vem, não demores, nosso leito está vazio,
A esperar os nossos corações no cio,
Silenciosamente só, por ti eu clamo!
Vem com teu febril corpo expulsar o frio,
Quero você bem junto a mim, isso eu reclamo,
Sentir teu cheiro, teu sabor que eu tanto amo
E mergulhar nas mornas águas do teu rio.
Quando tu chegas, a felicidade em cores,
Entre sussurros, ais, gemidos espanta as dores
E um arco íris de paixão é o que se vê...
O amor que explode no meu peito é infinito,
No entanto o sufocar dos beijos cala o grito
Que diz ao mundo o quanto eu amo você!
(Francisco de Assis Góis)
*Ouça a declamação nas páginas de áudio dos dois autores.
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