Do que valem teus mastaréus e gurupés,
as velas redondas e as velas bastardas,
se dando-se à praia , lá te fundeaste ?
Do que te vale perfeita quilha
se nunca sentiste a fúria
e o enlevo das marés ?
Nunca bordejaste e nunca foste adriçado!
Nada sabes do amargo das tormentas,
nem o doce de uma brisa !
Para que servem tuas amarras
se a procela que lá se levanta
não tocará sequer um palmo do teu velame ?
Do que valem teus remos sobre o convés
se a calmaria da areia não os importuna,
e assim agonizam ociosos , já outoniços ?
Mesmo , pois , sinta a viração noturna
a esquadrinhar teu casco seminu
e um farol em idílios a te chamar !!!
SBC-SP-José Alberto Lopes®
14/07/2006