Os Sons da Vida
Ah, sonhos meus, que se desfazem no luar,
Que não têm em conta minha vontade, e meu chorar,
Que não vêm uma alma aprisionada,
Que vagueia sem rumo, na fria madrugada,
Onde semeio todos meus segredos,
E me fiz marinheiro em teus cabelos,
Onde morri, e renasci,
Onde esqueci o quanto vivi.
Sou hoje um ser diferente,
Mais poderoso, mais suave e consciente,
Desenho de novo o meu mapa,
Enquanto roubo teus beijos à socapa,
E os pinto da cor do teu batom,
E oiço teu cantar, numa melodia sem som,
Nos acordes que ficam no silêncio do teu olhar,
No dedilhar das teclas, onde descrevo o meu par.
Nenúfar 27/12/2007