3- ESSA TAL DE AGRICULTURA NADA HOJE DELA PRESTA

Publicado por: Félix Rolim
Data: 23/02/2021
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Créditos

Poesia de Joaca Rolim Livro - CASOS E COUSAS SERTANEJAS Declamante - Daniel Nascimento e Silva - Poeta paraense

3- ESSA TAL DE AGRICULTURA NADA HOJE DELA PRESTA (MOTE) - CASOS E COUSAS SERTANEJAS - JOACA ROLIM

I

Vou falar sobre a vida

Do pobre do agricultor

Como ele é sofredor

Morrendo nesta tal lida

Vendo a roça perdida

Lá dentro de uma floresta

Só sofrimento lhe resta

Desprezo e amargura

Essa tal de agricultura

Nada hoje dela presta

II

O que planta não dá nada

Milho arroz e feijão

Espera pelo algodão

Vem em junho a tal geada

Faz cair a caçulada

E a futura safra não presta

Não lhe sobre nada desta

Só sofrimento e tortura

Essa tal de agricultura

Nada hoje dela presta

III

Vai para banco falar

Algum dinheiro arranjar

No momento é uma canja

Danado é para pagar

E o banco manda chamar

Corre pensando que é festa

Porém se torna em malesta

Lá no banco desconjura

Essa tal de agricultura

Nada hoje dela presta

IV

Todos vão fazer a carteira

Bota no prego o que tem

E que agora vai bem

Aprumou sua carreira

Entra em toda bebedeira

Que a vida boa é esta

Não perde mais uma festa

Tudo pra ele é doçura

Essa tal de agricultura

Nada hoje dela presta

V

Depois o banco avisa

Sua conta não esqueça

Ele então coça a cabeça

E fica rasgando a camisa

E o banco diz que precisa

Ou seu contrato protesta

Ele passa a mão na testa

Já no ponto de loucura

Essa tal de agricultura

Nada hoje dela presta

VI

Porém dizer a verdade

Nunca merece castigo

Eu digo a todo amigo

Que é uma infelicidade

Ver logo a realidade

E o tal dinheiro detesta

Tendo sua vida honesta

Fala com a verdade pura

Essa tal de agricultura

Nada hoje dela presta

JOACA ROLIM
Enviado por Félix Rolim em 09/01/2021
Reeditado em 09/01/2021
Código do texto: T7156125
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