Último trem

Ultimo trem.

Nos trilhos desta vida.
Paralela a esta avenida.
Uma ferida aberta.
O laço na crina que não aperta.
E... Agora?

Um céu cinza baixa sobre minha cabeça.
Um alto teor etílico a mim foi-me oferecido.
Mais uma novela, a rotina por essa travessia.
E gente me culpando por esta estrada perdida.

E agora?
Espia então as nuvens por esta fresta.
- Dá o sinal para o Mestre!
Dá-lhe sua mão por essa hora!
Acende a luz deste céu agora;
E... Convida o Mestre Divino sem demora!

E...
Está lotado durante mil horas?
Tenho pressa!
E andando na direção contrária;
Recordei-me da mesma jornada.
E o escuro da noite que se aproxima da meia-noite.
Então percebi que para mim todos os dias estão ocupados.
E fiquei desatinado, meio perdido; desesperado.

E... Hei!
Aquelas luzes daquela antiga estação?
Estão ofuscando para o meu coração!
E lá vem o último trem!
Pare!
Me espera!
Vem-me tirar daqui deste lugar...
E...Se descarrila comigo para o "glamour" das luzes das infinitas estrelas!

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Claudemir Lima -  Texto 26 e 27/06/2003