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Inspirado na poesia recitada “Tempestade em Alto Mar” de Maria Ventania (16/11/20).
Toda criatura padece tempestades
buscando em vão alívio ao sofrimento
que dos mortais é áspero alimento
conforme à birra de frívolas deidades.
A finda juventude, abandonada
e oca, jaz, conforme muda inerte,
em planície baldia que -solerte-
brita o peão com cortes da sua enxada.
Corpos errantes buscam lenimento
nas espirais da tórpida miragem,
mas já percebem que a límpida mensagem
aponta para o fim, seguro alento.
Siddhartha disse: -a morte não é insana,
e onde domina o fim da ventania
a risonha mudez gera harmonia
e o espírito descansa no nirvana.