Eu surto no grito do silencio,
como quem chupa um sorvete,
sob um sol que cria infinitas cores
em um chão de pétalas de flores...
E rasgo meus pulsos com um estilete.
O sangue escorre como um rio
eloquente, pulsa na vermelhidão de um
olhar descrente e tudo em m'volta
me é indiferente, mas determinado como
é o aroma de rosas em um ramalhete
A dor não me surpreende ou me tiraniza
somente o mistério da vida me prende,
também o horror de ver o vermelho
na minha camisa.
Não se pode encurtar a trilha
mas nada obriga
um Velho moinho de vento a girar
tão lento, tomado pela clausura
do desatino eu penso ouvir violinos
nas margens insanas do meu pensamento