De longe ouve-se
o som do berrante,
os gritos dos peões,
e avista-se a poeira que levanta
com o pisoteado da boiada.
É a comitiva que vem chegando.
O berranteiro,
tocando seu berrante,
vem lado a lado
com os ponteiros,
a tropa de polaqueiros
e os sinuelos que
conduzem a boiada à frente.
Bois, novilhas e garrotes,
muitas já estão cheias.
Os meeiros,
estalando seu piraim,
vêm pelas laterais,
evitando que a boiada
se esparrame.
Acontece um furar,
o meeiro joga seu laço
evitando sua perda.
Em eventuais ocasiões,
abrem as porteiras
para o gado passar.
O capataz, peão de muita vivência
e muita sabedoria,
fica atrás da comitiva,
delegando tarefas aos peões.
Junto, seguem os culateiros
que tocam o gado atrasado.
Em direção ao curral,
um a um
vão entrando na encerra.
O capataz entrega a boiada
com a sensação
de dever cumprido.
O dono da fazenda
o dinheiro vem contando,
vai pagando a peonada,
pelo serviço
que fora destinado.
Tirando suas traia dos cavalos
e tomando seu tereré,
esperam o caminhão,
para levá-los até suas casas.
Vão rever suas famílias,
depois de
muitos dias
de trabalho.