Inferno:
escura rua, nua...
Estreita rua,
de estreitos prazeres,
de gratuitos corpos,
de alinhados porcos
que se cevam mansamente...
Inferno:
sombras esquálidas,
sobras de gente...
Negativo plangente sem horizonte nem fonte...
Estátuas lúgubres azinhavradas de morte,
sem norte nem sorte...
Inferno:
sombras inquietas sem rosto,
aImas parcas,
opacas, apáticas...
Sem rastro...
Sem lastro...
Inferno:
faces descoradas que se expõem,
dispõem, dilaceram na fluidez
do elo momentâneo..
Na fluidez do nada consentâneo.
Inferno:
Paraíso demente!
(Reedição)