.
Sempre amado foi por mim o doce mês
em que emudece o canto da cigarra
e o zéfiro que o oeste desamarra
torna o verão ameno e mais cortês.
Morta a canícula, rainha do torpor,
renasce –surrealista- a primavera
e no céu cristalino reverbera
das estrelas mais intenso o seu fulgor.
Gira a roda dos ciclos sazonais
com as horas se tornando mais pausadas,
e as noites já compridas –descansadas-
antecipam as quietezas outonais.
E se juntam revoadas de andorinhas
apontando para outros continentes:
-não têm medo de lufadas prepotentes
ao apressar-se entre nuvens e marinhas.
Setembro [*] foi pra mim vilegiatura,
aventuras aos limites do universo,
mas um fado retorto e muito adverso
deixou apenas saudades na tristura.
(Richard Foxe)
Doce novembro, mês de sol extravagante,
da pedra topázio seu símbolo colossal,
dos cânticos que antecedem data marcante,
ostentando cores alegres do desejável Natal.
No centro da noite há sonhos e fantasias,
a poesia em mim respira no silêncio festiva
e os versos soltos suscitam brilho e magia
despertando onda magnética em alma sensitiva.
As chispas de luz em noites de esplendor
sob um céu onde passam nuvens e pássaros
clareiam meus intentos capazes de transpor
todas as esferas de campos azuis e claros.
A madrugada enche-me de suspiros e alegria,
quando a lua cintila furta-cor em transição
revela êxtase puro, regozijo que é primazia
nesse mês singular onde viver é casta devoção. .
Tudo me prende ao infinito onde vislumbrei...
o fulgor dos astros com olhos densos de ternura
e na translucidez das estrelas, eu me inspirei
com palavras insinuantes nesse mês que pouco dura.
(Verdana Verdannis)
[*] NOTA: No hemisfério norte, onde vivo, Setembro é o primeiro mês de outono.