SERPENTE

Manhã de sol nascente...ela serpente, imaculada...

Sozinha rastejava pelas vertentes da emoção,

Num rastro incoerente-com um só bote -a picada!

Estigmatizada...foi açoitada pelo chão.

E então serpenteou por terras áridas...tão inóspitas...

Por entre os lençóis d'água...bravas torrentes das paixões!

Assim que se enlaçou no corpo estranho da encosta,

Aflita enveredou nas trilhas vis dos furacões.

Serpente agonizante pela mata, machucada...

Tão ágil!-mas enroscada no êxtase do sobreviver...

Jamais soube que a terra só se presta às ciladas

De que p'ra ser amada... é preciso fenecer.

Gemente...mas sepente!-só lhe restou trocar a pele

Despir as digitais...p'ra que pudesse renascer...