O SONETO E A LIRA
O soneto e a lira sempre foram soma.
A lira nascida, tocava e plangia,
E o soneto com métrica, rimas, tônicas,
Sentia a lira, a ouvia e absorvia a melancolia...
Porém o soneto, harmonia em artes fônicas,
Do destino que traçou, a si escolheria.
Famosa, a lira, com aptidão sinfônica
Forte em viço, mudar-se não caberia.
E o som da lira, do triste gera a calma,
Introversão que se cria, e medita notas,
No encordoamento que fabrica sons à alma.
E o soneto fez-se alado, e treinando asas,
Criou-se a voar e a revoar com o assunto à palma,
Seus versos, botões... cordas da lira, as casas...