Cúmplice da Lua
Tere Penhabe
O silêncio é intenso, dolorido, atrevido
como a lâmina afiada de uma navalha
que não corta a carne, corta a alma
com essa ausência cruel que me impuseste.
Os olhos teimam em manter vigília
como se pudessem, como todo dia
de repente te ver chegar sorrindo
a me abraçar sempre com tanto carinho!
Depositar teus beijos armazenados
na minha boca ansiosa pela espera
passear tuas mãos indóceis em mim
como se elas fossem minhas, e eu fosse delas.
Mas nada disso acontece, a quem não merece
se fui cruel, maior crueldade é essa tua
que me deixa agora assim tão perdida
pura e simplesmente cúmplice da lua...
Santos, 17.09.2006_3:16 hs
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