Ressoa nos arredores da noite média um silêncio que ladra
do estanho brilhante do morro e desta umidade que escapa
depois de o dia ter escoado pelos buracos soltos da calçada
há muito desocupada. O sol veio à manhã e o que era prata
agora é um bege refletido nas casas na montanha habitada.
A luz vai e retorna entre as alternativas que o vento asfalta;
são onze e cinquenta e cinco e as fotos têm a instabilidade
da nuvem que cobre e descobre o raio amarelado da faixa.
Não decifro a nota que traz a brisa farta. É de uma baforada
de gerânio ou de sal das fumaças? O cheiro vindo da árvore
da esquina marca a vela que está acesa e a que está apagada.
O poeta soletra o meio-dia e não deita mais na encruzilhada.