ANTIDIÁRIOS DE JUNHO XII

— Eu transito entre os assoalhos da alvorada

e a manhã é de Fellini. É terminal. E abafada.

As horas são as drágeas coloridas que matam

este silêncio e toda a sua mentira de ser pausa.

Há franjas de nuvens dispostas em branco navajo

de um céu desfiladeiro de fumaças, longas e rasas,

que exalam o bouquet garni defumador das almas,

quando se equilibram anônimas na guia da calçada.

Doze e dez ou onze. O meio-dia é novo; a garoa opaca

predomina no entorno desse poema quase imaginário.

O vírus diz que não se sente feito se fosse água passada.

Estou no feixe abóbora do ocaso — eu e mais esse nada.