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O pinto pia: piu-piu.
O Pinto repinta os primores de Pisa.
O pinto enrijece:
– Já nasceu?
– Ainda não. Esperamos o médico.
O pinto piava – morreu.
O Pinto pintava – envelheceu.
O pinto, coitado, enfraqueceu:
– Já nasceu?
– Sim.
– Que bom. Mais um bisneto.
Que foi batizado, cresceu, envelheceu
E morreu.
– Já nasceu?
– ...
E assim se pintou este quadro:
um Pinto, com pinto,
pintando a vida
em cima dum poleiro.
Fortaleza-Ce, 14 de setembro de 1999.
12h50min
Do meu livro 'Anversos de um versador'
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