A ARTE DE ESCREVER
Quem se põe a escrever, ponha-se logo a fazê-lo...
Importa o tempo, e haver-se-á a se ver escrever.
Deverá de quando em vez, posar frente espelho,
Para (tal sexo) avaliar o que não se vê.
E corrigir distorções de expressão, do velho
Marcado à face, (exprimir-se é para quem lê.)
O rosto, impassível, tal blefe no baralho
Daquele que joga mas não sabe perder.
Depois da ciência completa do desempenho,
E de tornar claro um sem fim de parasitas,
Escreve-se com mais prazer, sem rosto em cenho,
Pode até esboçar sorriso, acalma a alma aflita,
E o produto, lindo, parecerá um desenho,
Ler, pontuar, visar, há erros mais que se acredita.