Não tens a altivez imperial
mas, como toda palmeira,
és relevo verde do azul celestial.
Não vens ao mundo só como a realeza.
brotas em grupo, formando touceira,
mas, tua graça, alegria e beleza
se derramam em verde no barrento da ribeira,
se derramam em verde no barrento da ribeira.
Da tua raiz às tuas folhas,
tiramos proveito de tudo:
celulose, álcool, ripas, vassouras,
caibros, remédios e adubo.
De todos os teus produtos,
existe um de maior tradição,
é teu roxo, quase negro, fruto
que no Pará se fez refrão,
é teu roxo, quase negro, fruto
que no Pará se fez refrão:
“quem foi ao Pará parou,
tomou açaí ficou.
Quem foi ao Pará parou,
tomou açaí ficou.”
No topo, do teu ventre, os cachos.
Teu fruto é baga pequena,
da cor dos lábios e seios
dos nativos de pele morena.
Tuas palmas, no balé da fé,
festejam, nas igrejas de Belém,
a entrada de Jesus de Nazaré
no solo-santo de Jerusalém,
no solo-santo de Jerusalém,
Teu caule é leito do amor
e testemunha em noite prateada
da boca ofegante do amante
pelo corpo da mulher amada.
Tu és o Açaizeiro
e o Açaí o teu fruto.
És a palmeira-símbolo
do norte brasileiro,
a palmeira-símbolo
do norte brasileiro.
Do teu fruto, o vinho-feitiço,
que teu povo poeta,
em refrão consagrou:
“quem foi ao Pará parou,
tomou açaí ficou.
Quem foi ao Pará parou,
tomou açaí ficou.”
A canção e apresentação PPS “AÇAIZEIRO (Euterpe Olerácea)” encontram-se nos endereços:
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